sexta-feira, julho 24, 2015

O último dia de um condenado


Autor:
Victor Hugo
Género:
Romance
Idioma: Português

Páginas: 95
Editora:
Quidnovi

Ano:
2010

ISBN:
978-989-5547456
Tradução: Ana Ribeiro
Título original: Le dernier jour d'un condamné
 
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O último dia de um condenado é um pequeno livro com uma enorme mensagem.

Com menos de cem páginas, esta short novel publicada em 1829 é o relato, na primeira pessoa, de um homem condenado à guilhotina que confessa os seus pensamentos, sentimentos e receios à medida que o momento da execução se aproxima.

Porque tive medo? A porta do túmulo não se abre pelo lado de dentro. 

Não sabemos o seu nome nem o crime que terá cometido (há indícios subtis de que possa ter sido um homicídio) mas cedo começamos a visualizar o que o rodeia, desde as paredes que constituem a pequena cela onde passa os seus dias às personalidades dos prisioneiros e dos carcereiros com quem convive.

O tom do livro é, como esperado, deprimente. Lê-lo no Verão, num dia luminoso, numa esplanada ou na praia, em nada altera o negro dos dias do nosso narrador, que passa da contemplação da beleza das pequenas coisas (a luz do sol, uma flor) à penumbra do grotesco.

Ah! Como uma prisão é alguma coisa de infame! Há aí um veneno que corrompe tudo. Tudo se envilece, até mesmo uma canção duma donzela de quinze anos! Se aí encontrardes uma ave, vê-la-eis com lama nas asas: apanhais uma flor, aspirá-la-eis e ela tem um mau cheiro.

Uma leitura universal e actual - a pena de morte ainda vigora em 57 países -, numa época tão distante (felizmente) da nossa realidade europeia, onde os direitos básicos do ser humano não estão limitados a um grupo étnico ou religioso em concreto.  

Um texto poderoso da clara oposição de Victor Hugo à pena capital. 

****
(bom)

2 comentários:

Jardim de Mil Histórias disse...

Olá!
Já tanto ouvi falar deste livro que não sei o que penar dele. Já ouvi falar bem, já ouvi falar mal.
O que é certo é que me desperta curiosidade.
Beijinhos e boas leituras

barroca disse...

Olá Isaura! Tem reflexões extraordinárias sobre a justiça e a dignidade do indivíduo, e muitas elas são a base da legislação dos direitos humanos actuais. É um pequeno grande livro!

Beijo e boas leituras!