domingo, janeiro 23, 2011

A princesa virgem

Autor: Robin Maxwell
Género:
Romance histórico

Idioma: Português
Editora: Planeta Editora
Páginas: 278
Preço: € 12
ISBN:  978-9-72-731159-0
Título original: Virgin: prelude to the throne

Avaliação:
**** (bom)

Inglaterra, 1547.

N'A Princesa Virgem, seguimos de perto a infância e adolescência de Isabel I, de seu cognome ‘Rainha Virgem’. Já todos ouvimos falar de Henrique VIII, esse monarca inglês tão obstinado e determinado que, na sua juventude, desafiou a toda-poderosa Roma e criou uma nova religião – o anglicanismo –; foi envelhecendo e gradualmente decaindo, tanto moral como psicologicamente.

Quando morreu, deixou para trás um trio de filhos de diferentes esposas: Eduardo, de Jane Seymour; Maria, de Catarina de Aragão e Isabel, de Ana Bolena. O rei inglês que lhe sucedeu foi o rapaz mas foi Isabel (a última na linha de sucessão) que teve o reinado mais longo e significativo.

«The King is dead. Long live the King.»

Este livro conta a ascensão de Isabel, com todas as jogadas políticas e intrigas de corredores e alcova por detrás da mesma. Inicialmente banida para uma obscura casa de campo (depois da sua mãe, Ana Bolena, ter sido decapitada), Isabel é chamada para a corte por Catarina Parr, a última mulher de Henry VIII, casada entretanto com o (mega) ambicioso Thomas Seymour.

Enquanto Eduardo reina (ao estilo fantoche) aconselhado pelo irmão de Thomas Seymour, este seduz Isabel na expectativa de a levar ao trono e ser o seu consorte no governo de Inglaterra. Obviamente que todos estes esquemas não são mais que fruto da imaginação da autora, já que há uma lacuna na História no que se refere a muitas figuras. Aliás, esse é o ponto negativo do livro, que tem um travinho a romance de cordel. E isto porque Robin Maxwell se deixa “viajar” demais, misturando descrições apimentadas numa narrativa que se quer com alguma credibilidade.

Nunca esquecendo que isto é ficção e há que prender o leitor, o livro vai além do meramente satisfatório e é uma boa leitura, porque nos oferece um prisma diferente da Inglaterra do século XVI, tendo algumas passagens realmente interessantes, que nos permitem conhecer melhor o funcionamento do aparelho de Estado inglês da época.

Além disso, torna-se de leitura compulsiva e em três dias está acabado e de volta à estante.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

A guerra dos tronos

Autor: George R. R. Martin
Género:
Fantasia

Idioma: Português
Editora: Saída de Emergência
Páginas: 400
Preço: € 19
ISBN:  978-9-89-637010-7
Título original: A game of thrones

Avaliação:
**** (bom)


Este título é o 1.º livro d'As Crónicas de Gelo e Fogo, uma saga absolutamente fantástica da autoria do norte-americano George R. R. Martin.

Já li os livros editados até à data há uns anos, na língua inglesa, e a sua releitura em português não lhe retirou emoção nem deleite. É que Martin é um mestre na criação de personagens e de conflitos.

Cedo se nota a diferença (positiva), não só pela ausência de clichés mas pela forma como a estória é contada de pontos de vista diferentes, alternando entre o honrado senhor de Winterfell, Ned Stark, o espirituoso anão Tyrion ou a ingénua princesa Daenerys, entre outros, sem nunca perder interesse nem autenticidade; cada personagem é independente, está viva, tem uma voz própria.


O contexto é medieval e o mundo é frio, cruel, e a sede de poder é muita. A descrição cerrada de Martin das roupas, das fisionomias, das condições atmosféricas nunca se tornam monótonas, apenas contribuindo para que o leitor fique ainda mais envolvido na narrativa.

Um dos trunfos desta saga é a sua imprevisibilidade, na medida em que nenhuma personagem está a salvo, por mais cândida ou jovem que seja, porque há maldade real e muito calculismo e estratégia.

O único ponto menos bom e que poderá afastar alguns leitores (ou fazer com que não acabem o livro) é o ritmo; com tantos personagens e conflitos, há a tendência para haver algum arrastar, logo retomado num capítulo mais emocionante. Porém, o mundo criado por Martin é tão extenso que rapidamente isso passa para segundo plano; é que as personagens que o autor apresenta n'A Guerra dos Tronos são apenas uma amostra, com muitos mais por virem e interagirem, e serem manipulados pela mentezinha perversa de Martin.

Este início de saga com A Guerra dos Tronos começa bem, e os livros que se lhe seguem são ainda melhores, tanto que se tornam verdadeiramente viciantes. Recomendo que leiam este 1.º livro, o acabem e passem ao seguinte. Vale a pena.


DICA: comprem este primeiro livro no site da editora; fica em pouco mais de 11 euros e os portes são gratuitos. Os 19 euros referidos acima é o preço praticado nas livrarias e retalhistas.

sábado, janeiro 08, 2011

O diário secreto de Ana Bolena

Autor: Robin Maxwell
Género:
Romance Histórico

Idioma: Português
Editora: Planeta Editora
Páginas: 320
Preço: € 12
ISBN:  978-9-72-731131-6 
Título original: The secret diary of Anne Boleyn

Avaliação: **** (bom)

A leitura d’O Diário Secreto de Ana Bolena foi motivado pelo meu interesse pelo reinado dos Tudor, juntamente com a minha antipatia pela figura de Henrique VIII, um monarca influenciável, que criou cisões com papas e monarcas, mandou executar ex-mulheres e ex-amantes, esbanjou dinheiro em diversões infantis, empanturrou-se enquanto o povo passava fome. O que esperar de um absolutista?

A acção do livro centra-se em duas figuras: a de Ana Bolena e a da sua filha, Elizabeth, posteriormente conhecida como a Rainha Virgem. Num ambiente de muita intriga e imensa superstição, seguimos os acontecimentos que despertaram a atenção de Henry VIII para com Ana Bolena e o desenrolar trágico do seu caso de amor.

Paralelamente, assistimos ao definir da personalidade de Elizabeth que, ao ler o diário da mãe, percebe melhor as suas motivações e escolhas, sendo que esta leitura revela-se determinante na forma como Elizabeth encarará os homens, os seus deveres de monarca e a sua postura como mulher.

O livro de Robin Maxwell é uma versão bastante lisonjeira de Ana Bolena, que foge à demonização desta, presente em tantos outros livros sobre o tema, o que o torna uma leitura refrescante.